Editorial

Dengue: pouco recurso

30 ABR 2015 • POR • 08h00

Reportagem mostrada ontem pelo DS revelando o pouco recurso destinado ao Alto Tietê para combater a dengue mostra o quanto as cidades vão ter “de se virar” isoladamente para investir em mais equipamentos e ações. Suzano, por exemplo, já está fazendo isso. Reconhece que o dinheiro para combater a dengue, cerca de R$ 104 mil, não é suficiente para incrementar as ações e iniciativas, e, por isso, está realizando investimento próprio. O País nunca esteve tão preocupado com a doença como neste ano. Os casos só crescem. No Estado de São Paulo, a preocupação também exige uma “força-tarefa” nos municípios nunca antes vista. Conforme o DS mostrou ontem, a região do Alto Tietê recebeu R$ 578.825,47 do Ministério da Saúde como verba adicional para uso exclusivo em ações de combate à dengue, por meio do Piso Variável de Vigilância em Saúde (PVVS). O valor representa 0,38% do total liberado para o País, que foi de R$ 150 milhões. Para o Ministério da Saúde, os investimentos são importantes. A pasta garante que já executou R$ 8,1 milhões dos R$ 13,7 milhões previstos para este ano no orçamento de combate à dengue, segundo a Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue. O valor corresponde a 60% do total previsto no orçamento. Estados e municípios receberão ainda R$ 1,25 bilhão para ações de vigilância em saúde dentro do Piso Fixo de Vigilância em Saúde. O investimento representa um crescimento de 37% em comparação a 2014, quando foram executados R$ 5,9 milhões. Os recursos destinam-se principalmente ao financiamento de estudos e pesquisas sobre a doença. Cabe à Coordenação o financiamento de ações estratégicas para a consolidação das políticas públicas de controle e combate à dengue. De todas as cidades da região, Mogi das Cruzes foi a que recebeu o maior valor, R$ 155,8 mil, seguida por Itaquaquecetuba, que recebeu um montante de aproximadamente R$ 129,4 mil. As incidências fizeram com que os municípios intensificassem suas ações preventivas para tentar diminuir a incidência da doença. Em Suzano, atiradores do Tiro de Guerra e os agentes da vigilância em Saúde fazem vistorias nas residências em busca de criadouros do Aedes aegypti e orientando a população quanto aos cuidados para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue. É preciso ficar atento para conter os avanços de novos casos.