Suzanense desenvolve projeto educativo para incentivar a leitura
Abrir as portas da imaginação por meio do mundo da leitura. Imaginar um planeta diferente do conhecido. Dar asas a peixes e voz a bonecas de pano. Um livro tem o poder de transformar o mundo, apresentar novos contextos, influenciar partidos, gerar cidadãos livres e saudáveis. Segundo o poeta, Fernando Pessoa, escrever é esquecer. "A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida, ela simula a própria vida". Com o objetivo de incentivar a leitura e divulgar novos autores, em 2002, o escritor local, Ademiro Alves, o Sacolinha, fundou a Associação Cultural Literatura no Brasil. O projeto não contou com apoio financeiro. Hoje ele observa que desenvolve em toda 3ª sexta-feira do mês, na Comunidade Kolping do Jardim Revista, um sarau com música, lançamento de livro e muita leitura. Uma vez por semana, a atividade é realizada em escolas do Estado. Durante as apresentações, alunos da rede também participam e ainda ganham a oportunidade de publicar os próprios trabalhos. "Muita gente não lê porque não descobriu que gosta de ler. Nós levamos essa descoberta às pessoas", conta. Sacolinha descobriu a paixão pela leitura aos 18 anos. "Depois disso eu quis levar as outras pessoas o acesso a leitura", revela. Hoje, com 31, Sacolinha se prepara para entrar no mundo da sétima arte. "No próximo ano começo trabalhar com cinema. Mas os trabalhos sociais continuam", afirma. Entre eles está o "Arte na Casa", voltado para jovens internos da Fundação Casa e "Uma Janela para o Mundo", em prisões de segurança máxima. O projeto tem parceria com a Unesco e Ministérios da Cultura, Educação e Desenvolvimento Agrário. Sacolinha também é responsável pela 1ª biblioteca comunitária do Jardim Revista. Atualmente, a associação conta com 24 membros e a realização de mais de 300 saraus. O escritor adianta que o maior ganho da empreitada social foi à satisfação pessoal. "O poeta Cákis, (Claudio Roberto da Silva) é ex-usuário de drogas. Ele foi selecionado em um concurso literário e se tornou escritor. A Dona Elisabeth (Elisabeth Silva) estava com 57 anos quando a conheci. Ela fazia o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e estava desanimada. Hoje aos 64 anos faz faculdade de letras". Sacolinha frisa que espera, no futuro, mais investimentos no setor, além de mais incentivo da municipalidade a leitura, reabertura das bibliotecas do Paço Municipal e Terminal de Ônibus. "A leitura tem o poder de modificar mundos e melhorar a qualidade de vida das pessoas", completa.