Consórcio do Alto Tietê cobra hospital para vítimas de violência
Por mês, pelo menos 20 mulheres vítimas de violência sexual do Alto Tietê não têm recebido atendimento especializado no Hospital Pérola Byington, na Capital. A unidade que é referência neste tipo de atendimento deixou de receber integralmente as pacientes que não são do município paulista há cerca de três meses. Os casos também envolvem crianças e adolescentes. Para tentar resolver o problema, o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) busca a inclusão de uma unidade de referência na região. De acordo com o Consórcio, a direção do grupo tem buscado uma solução para o impasse gerado no atendimento às vítimas de violência sexual desde que o Hospital Pérola Byington deixou de fazer o atendimento aos pacientes da região. "Não houve um comunicado oficial sobre isso. A informação do hospital foi apenas de que eles atenderiam somente pacientes de São Paulo. E assim tem sido nos últimos três meses, aproximadamente", afirma a direção do Condemat. O Consórcio destaca que diante de um caso de violência, em que a paciente precisa rapidamente receber o atendimento de profilaxia e administração do antirretroviral, os municípios do Alto Tietê estão sendo obrigados a fazer uma corrida junto a hospitais públicos de diferentes regiões do Estado para conseguir o atendimento dentro do prazo de 72 horas. "Isso tem gerado grandes problemas operacionais e mesmo de custo às cidades, com risco dos pacientes virem a ser prejudicados pela não realização do procedimento, já que não é qualquer hospital que realiza a profilaxia e a administração do antirretroviral", completa. Ainda de acordo com o Condemat, o assunto vem sendo amplamente discutido nas Câmaras Técnicas de Saúde e de Políticas Públicas para a Mulher do Condemat e, diante da falta de um parecer do Estado sobre a problemática, à direção do Consórcio tornou público o problema e também oficializou a urgência na indicação de um hospital de referência para o atendimento das pacientes do Alto Tietê. O pedido oficial foi apresentado ao secretário de Estado da Saúde, David Uip, na última quarta-feira, durante inauguração do Centro Oncológico de Mogi das Cruzes. "Nossa expectativa é de uma solução ainda neste mês, com a indicação de uma unidade, se possível dentro da região, para ser referência nesses casos", afirma.