Cidades

Ciberataque mundial chega à região e afeta ao menos 5 empresas

17 MAI 2017 • POR • 08h00

O ciberataque mundial, que atingiu mais de 150 países, também afetou as empresas do Alto Tietê. Na região, pelo menos cinco companhias teriam sofrido com a disseminação do vírus WannaCry, que dentro do computador da vítima, assume o controle dos arquivos, bloqueia o acesso e exige US$ 300, cerca de R$ 937, para devolver o comando ao usuário. De acordo com o analista de sistema, Anderson Santiago, da Pagezine Tecnologia em Sistema, em fóruns que discutem o assunto na internet, ele detectou a infestação do sistema de cinco empresas. "Não podemos revelar o nome das empresas por se tratar de uma questão sigilosa, mas as máquinas foram sequestradas e elas perderam todos os dados, nenhuma pagou o resgate, mas tiveram os arquivos danificados", comenta. Ele adianta ainda que ninguém esperava ser atingido pelo ataque global, sendo a última atualização do sistema das companhias afetadas, feito em março. "Para se prevenir, algumas empresas tem optado por desligar os servidores à noite, medida paliativa, enquanto tomam outras providências para evitar a propagação do vírus. Além disso, fizeram a atualização do antivírus, servidor e firewall", completa. O professor de sistemas de informação, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Henrique Jesus Quintino de Oliveira, aponta medidas que ajudam a proteger as máquinas. Segundo ele, os ataques consistem em indisponibilizar o sistema do computador por meio da criptografia das informações, em máquinas domésticas, fotos e textos, e em computadores de empresas, banco de dados e planilhas. "A descriptografia deste vírus pode demorar até 200 anos. Por isso, eles pedem um pagamento em troca da chave para retomar o sistema. Mas, muitas vezes, mesmo após o pagamento, eles não revelam o código e o usuário perde tudo. Há uns três anos, na região, tive informações de pessoas que sofreram o ataque, o resgate variava em R$ 3 mil a R$ 5 mil. Este vírus é antigo e age de forma articulada", explica. Para tentar evitar um ataque como este ou sobreviver aos danos, caso tenha o computador invadido, Oliveira conta que é preciso fazer cópias em dispositivos externos, que fiquem fora de uso, como discos rígidos móveis. "Para se prevenir é preciso manter o antivírus e o firewall atualizados, fazer backups diários, mas só instalar o dispositivo móvel na máquina, quando ela tiver sido atualizada, para que o disco não seja contaminado. O ideal é fazer várias cópias dos materiais julgados importantes, tanto nos micros domésticos, quanto de empresas", destaca. Ainda segundo o especialista, o vírus teria sido criado em uma empresa norte-americana, anos atrás. Já o ataque coordenado, que atingiu mais de 150 países, teria danificado no Brasil, sistemas, por exemplo, da Caixa Econômica Federal (CEF) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas sem ter causado problemas significativos. "Normalmente, o vírus age em locais aonde pode ter obtenção financeira. Ele é introduzido lentamente e ataca em hora e data determinada".