Doleira afirma que Brasil ‘é movido a corrupção’
"O Brasil é movido a corrupção", afirmou, na manhã de ontem, a doleira Nelma Penasso Kodama, condenada a 18 anos de prisão nos processos da Operação Lava Jato, em depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba. "Uma vez que parou a corrupção, parou o Brasil. Faltou água, é a Lava Jato. Subiu a energia, foi a Lava Jato", afirmou Nelma, que é doleira confessa e está presa em Curitiba, desde que foi deflagrada a operação, quando tentava embarcar para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha. Conhecida como "Dama do Mercado", ela foi condenada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, a 18 anos de prisão e multa por liderar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado de forma fraudulenta R$ 221 milhões em dois anos e enviado para o exterior outros de U$S 5,2 milhões por meio de 91 operações de câmbio irregulares. Ela também cantou um trecho de uma música do cantor Roberto Carlos para explicar sua relação com o doleiro Alberto Youssef. "Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela", disse. A doleira foi presa no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos/Cumbica, na madrugada de 15 de março de 2014, quando tentava embarcar para Milão. Ela negou na CPI, que estivesse fugindo do País. "O dinheiro estava no bolso e não na calcinha", disse Nelma, que levantou da cadeira para exibir os bolsos de trás da calça aos parlamentares.