Pai entra na Justiça para reaver direito de ver filho
Mesmo com medida favorável, segurança não vê criança há cinco meses
17 JUL 2018 • POR Marcus Pontes - de Suzano • 16h16
Ação de alienação parental está em andamento na Justiça de Suzano - Sabrina Silva/Divulgação
Dias que mais se parecem anos. E o sentimento de angústia resume bem como vive o segurança Crislei de Melo Catelane. O suzanense tenta reaver o filho há cinco meses, e a condição de visita que foi imposta pela Justiça, não está sendo cumprida. A então namorada dele, que atualmente tem 18 anos, sumiu com a criança junto com a mãe dela.
“Eu tentava vê-lo, mas elas (ex-namorada e sogra) não deixavam. Procurei os órgãos competentes, pois estavam descumprindo uma ordem judicial”, explica.
Para ele, a maior barreira é que elas se mudaram e não informaram para onde foram. “Elas desapareceram, não falaram para onde foram. Fui várias vezes procurá-las, mas nada. Um familiar disse-me que poderiam estar no Miguel Badra, ou que voltaram à Pernambuco. Mas sem algo concreto, sabe”, lamentou o segurança, com a voz embargada ao mostrar uma foto ao lado do filho.
Depois de registrar, ao menos, sete boletins de ocorrências em desfavor da ex-namorada por descumprimento de ordem judicial, o segurança só viu uma alternativa de poder ter o direito de ver o filho novamente: voltar à Justiça.
De acordo com a advogada de Crislei, Maria Helena Corrêa, a provável situação é a de que a mãe da ex-namorada do segurança é quem está pondo barreiras para que ele não encontre o filho. “Na realidade, ela (sogra) é a responsável legal da garota. Por isto, acredita-se que ela tenha saído e levado a filha e o neto. É uma dor muito grande, pois todos os dias ele tenta encontrar o filhinho”.
A jurista explicou ainda que entrou com uma ação de alienação parental. E que acredita que esteja ocorrendo uma injustiça contra o segurança, que tenta encontrar formas para poder segurar o filho no colo novamente. “A situação é grave. Ele (Crislei) estava fazendo concurso para tornar-se policial militar e não pôde continuar, porque vê no filho a força necessária para avançar para um futuro melhor. Isso (não poder ver o filho) atrapalha muito com os sentimentos dele”, relatou a advogada.
Crislei disse ainda estar buscando informações com familiares da ex-namorada sobre o possível novo endereço dela. E que não irá deixar de lutar para poder ter o direito de ver o filho cumprido, mesmo que isto se prolongue.
O DS procurou, mas não conseguiu contato tanto com a ex-companheira ou a sogra do segurança suzanense.