Profissionais da saúde suspendem paralisações
O Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde (SindSaúde) decidiu suspender as paralisações nos hospitais da região do Alto Tietê. A decisão foi tomada ontem à tarde depois de ser realizada uma assembleia em frente ao prédio da Secretaria de Saúde do Estado, em São Paulo. Eles foram recebidos por uma comissão da pasta que anunciou negociações do secretário, David Uip, no Palácio dos Bandeirantes. Nova assembleia deve acontecer no mês que vem. A data será definida nos próximos dias. Mesmo decidida a suspensão das paralisações, a presidente do SindSaúde, Kátia Aparecida dos Santos, disse que a greve não está descartada, uma vez que não há garantias de aumento para os profissionais. "Nossa posição é de continuar o estado de greve. A qualquer momento podemos decidir pela paralisação geral", afirmou. A diretora não soube informar quantos profissionais aderiram à paralisação hoje. Mas contou que o ato de ontem contou com a presença de aproximadamente 1,5 mil pessoas. Segundo ela, boa parte dos profissionais de saúde da região não aderiu à paralisação neste segundo dia. Ela criticou a falta de apoio e revelou que, muitas vezes, as negociações salariais são feitas internamente com as chefias.
POPULAÇÃO O DS esteve no Hospital Regional Doutor Osíris Florindo Coelho, de Ferraz, para conferir como ficou o atendimento na unidade. De acordo com o sindicato, 1,8 mil profissionais trabalham no local. Para a educadora Jussara Martins, a paralisação é legítima. "Tem que reivindicar porque os trabalhadores merecem". Ela sugere que outras medidas também sejam feitas. "O Estado devia tirar os que estão aposentados. Tem que dar lugar para os outros". A dona de casa Roseli Massiço apoia o movimento. "Se não para ou não vão receber", ressalta. Ela concorda que com a paralisação o maior prejudicado é o paciente, mas não vê alternativa. "O atendimento é prejudicado, mas tem que lutar pelos direitos. Se fosse eu também lutaria por um salário melhor", finaliza. "Do jeito que está tem que parar, Não é de hoje que eles lutam por melhorias", contou a comerciante, Sueli Camargo. Já a cozinheira Nelza Pereira Santos discorda das paralisações, mas admite que os médicos devam ser valorizados e que a culpa é do Estado. "O governo não está acertado em nada", pontuou.