Governo registra menor superávit no 1º quadrimestre desde 2001
Entre janeiro e abril o governo central registrou superávit primário 50,9% menor em relação a igual período de 2014, somando R$ 14,592 bilhões. O valor corresponde a 0,78% do Produto Interno Bruto (PIB) e é o menor para o período desde 2001. De acordo com números divulgados ontem pelo Tesouro, o déficit acumulado em 12 meses pelo governo central é de R$ 35,4 bilhões (0,63% do PIB). ABRIL Em meio à discussão do ajuste fiscal, o governo central - que reúne as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central - registrou superávit primário de R$ 10,085 bilhões em abril, informou o Tesouro. É o pior resultado para o mês desde 2013, quando foi de R$ 7,336 bilhões. Com isso, o resultado do ano acumula até abril superávit de R$ 14,592 bilhões (0,78% do PIB). A meta perseguida pelo governo central para este ano é de R$ 55,2 bilhões. O Tesouro Nacional teve superávit de R$ 13,275 bilhões, valor 39,3% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. A Previdência Social registrou saldo negativo de R$ 3,111 bilhões (alta de 1,3%) e o Banco Central registrou déficit de R$ 78,4 milhões. Mesmo com a entrada em vigor de medidas como o aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis, em abril, a receita total somou R$ 117,532 bilhões, queda real de 3,3% e alta nominal de 4,6%. Já as despesas subiram para R$ 89,111, alta real de 3,7% e nominal de 12,2%. O resultado primário ficou em linha com o levantamento do AE projeções com 22 instituições do mercado, que projetaram expectativas para o saldo primário do governo central entre R$ 4,1 bilhões e R$ 15 bilhões, com mediana de R$ 11,330 bilhões. Investimentos Os investimentos totais do governo federal despencaram 34,4% no primeiro quadrimestre. A queda é reflexo do cenário de ajuste fiscal do governo que afeta esse tipo de gasto. Dados do Tesouro Nacional mostram que as despesas totais com investimentos somaram R$ 19,670 bilhões (valores já corrigidos pela inflação) nos quatro primeiros meses do ano. As despesas com os programas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tiveram queda real de 38% de janeiro a abril, somando R$ 13,531 bilhões. Em abril, os investimentos totais somaram R$ 4,225 - queda nominal de 38,9%, e baixa de 43,5% em valores corrigidos pela inflação. Já as despesas do PAC somaram R$ 2,869 bilhões, com queda nominal de 35,6% e real de 40,5% sobre o mesmo mês de 2014