Conselho quer detector de metais nas escolas estaduais de Suzano
Entidade vai encaminhar ofício ao Estado, mas a reivindicação ultrapassa fronteiras e chega a outras cidades
19 MAR 2019 • POR Edgar Leite - de Suzano • 05h00
Bola afirmou que o assunto - instalação de detector de metais - foi tratado em 2016 - Sabrina Silva/DS
O massacre na Escola Estadual Raul Brasil abriu novamente a discussão em torno da necessidade ou não de detectores de metais nas escolas. O Conselho de Segurança (Conseg) do Boa Vista informou nesta segunda-feira (18) que vai encaminhar ofício ao Governo do Estado - Secretarias de Segurança e Educação - cobrando a instalação dos equipamentos.
“Não dá mais. Não há o mínimo de segurança nas escolas”, desabafa o presidente do Conseg Boa Vista, Ebert Bola. A filha dele, Flávia Christine, 17 anos, estuda Espanhol no Raul Brasil, e, após a tragédia, não quer mais estudar. “Criou um trauma muito grande”, lamentou.
Bola afirmou que o assunto - instalação de detector de metais - foi tratado em 2016. Na época, segundo ele, um pedido foi feito à Diretoria de Ensino. “Não foi aprovado”.
Pelo Brasil
A instalação de detectores de metais vem sendo reivindicado em outras regiões do Estado e do Brasil.
O deputado estadual Zé Teixeira (DEM), da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, apresentou projeto pedindo a instalação dos detectores de metais nas escolas e universidades públicas de Mato Grosso do Sul.
A proposta de Zé Teixeira garante a implantação dos equipamentos nos acessos aos estabelecimentos de ensino fundamental, médio e superior da rede pública de ensino, com mais de 250 alunos ou acadêmicos, por turno, nas cidades com mais de 50 mil habitantes.
Em 2011
Em 2011, após a tragédia ocorrida no Rio de Janeiro no dia 7 de abril, quando 11 crianças foram assassinadas na Escola Municipal Tasso da Silveira, o então deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) defendeu a aprovação de urgência da instalação de máquinas de raio-x na entrada de todas as escolas públicas e privadas.
A medida, para instalação dos equipamentos, recebe críticas principalmente por conta da dificuldade de revistar centenas de alunos todos os dias e no alto custo da compra de equipamentos - recursos que poderiam resolver carências mais urgentes das escolas.
E também pelo fato de que o combate à violência deve priorizar as causas, e não se basear apenas na repressão, conforme defende alguns educadores.