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Delator da Fifa admite suborno para escolha das Copas de 98 e 2010

4 JUN 2015 • POR • 08h00

Chuck Blazer, o homem que delatou a Fifa para a Justiça americana, confessou diante de uma corte nos EUA que cartolas da entidade receberam propinas para escolher a França como sede da Copa de 1998. Segundo ele, os pagamentos ocorreram em 1992, quando a Fifa ainda era presidida por João Havelange. Já o Mundial em Paris foi organizado por Michel Platini, cotado para ser um dos candidatos ao cargo de Joseph Blatter, que renunciou à presidência na última terça-feira. "Entre outras coisas, eu concordei com outras pessoas em 1992 para facilitar a aceitação de propina em relação à seleção da sede da Copa de 1998", disse. O documento também aponta que o mesmo mecanismo foi usado para dar à África do Sul a sede para a Copa de 2010. Em um documento publicado há instantes pelo Departamento de Justiça dos EUA e que traz a confissão de Blazer, o cartola deixa claro que não foi o único a receber dinheiro ilícito. "Começando por volta de 2004 e continuando até 2011, eu (Chuck) e outros do Comitê Executivo da Fifa concordamos em aceitar propinas em relação à escolha da África do Sul como país-sede da Copa de 2010", declarou o americano, também diante da corte dos EUA, no dia 25 de novembro de 2013. Naquela época, Ricardo Teixeira era um dos membros do Comitê Executivo da Fifa e votou pela África do Sul. Outro candidato a receber o Mundial era Marrocos. A escolha dos sul-africanos foi marcada pela presença de Nelson Mandela na Fifa, num dos momentos em que a entidade mais se orgulha de mostrar imagens. Chuck não cita nomes em sua confissão desta quarta. Mas deixa claro que a Copa no país de "Madiba" foi comprada. Há uma semana, documentos do FBI indicaram também que os sul-africanos haviam pago US$ 10 milhões (R$ 31 milhões) ao então vice-presidente da Fifa, Jack Warner, em troca de votos. Ontem, os sul-africanos negaram que se trate de suborno, mas um programa social para o país. O dinheiro ainda teria passado por Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, que nega qualquer envolvimento e se recusa a pedir demissão. Chuck também confessou que recebeu propinas para os direitos de TV das edições de 1996, 1998, 2000, 2002 e 2003 da Golden Cup.