Banco Central eleva projeção para inflação
O Banco Central (BC) voltou a repetir que a inflação para 2015 ficará mesmo acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) , tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Agora, o BC ampliou suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, quando os juros subiram para 13,75% ao ano, divulgada ontem. Vale lembrar que no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI) o BC já considerava que a chance de estouro da meta era de 90% e, desde então, as expectativas do BC para o comportamento dos preços só subiram. Para 2016, a estimativa do banco para o IPCA permaneceu estável também em ambos os cenários e igualmente acima da meta de 4,5%. Entregar a inflação no alvo no ano que vem é o foco de atuação do BC no momento, já que, para este ano, ele promete apenas evitar a contaminação da atual alta dos preços para o restante da economia, contendo, assim, os efeitos secundários. A ata do BC ressalta que o cenário de referência leva em conta manutenção da taxa de câmbio em R$ 3,15 e Selic em 13,25% ao ano "durante todo o horizonte relevante" e que o cenário de mercado considera estimativas para câmbio e juros de analistas de mercado às vésperas do encontro da diretoria. O detalhamento das previsões do BC para o IPCA será feito no RTI, que será divulgado neste mês em data não definida até o momento. Preços administrados Os preços controlados pelo governo subirão neste ano 12,7%, alta superior aos 11% previstos pelo Banco Central na última ata. Para o BC, esse conjunto de itens apresentará elevação de 12,7% este ano, e não mais de 11,8% como constava na edição anterior. No documento de março, a estimativa era de 10,7%. A ata de hoje revela que, para estimar a elevação desses itens, o BC considerou uma alta de 41% na tarifa de energia elétrica este ano. Na edição de maio, a previsão era de 38,3%. No caso de telefonia fixa, a autoridade monetária prevê agora uma queda de 4,4% ante baixa de 4,1% da ata anterior. A diretoria também levou em conta a hipótese de elevação de 9,1% do preço da gasolina (antes estava em 9,8%) e de alta de 3% do preço do botijão de gás, substituindo um previsão de aumento de 1,9% na ata anterior.