Poá investigará horas trabalhadas por médicos no Hospital Municipal
A Secretaria de Saúde de Poá investigará as horas trabalhadas dos médicos que prestam serviço no Hospital Municipal Doutor Guido Guida. Segundo apuração da pasta, durante auditoria interna, foi apontado que alguns profissionais teriam trabalhado apenas três das 12 horas previstas em contrato. A Saúde investiga também, por meio de sindicância aberta na quarta-feira, supostas irregularidades na gestão da pasta. Desde 2012, o setor gastou mais de R$ 23 milhões com horas extras. As informações foram divulgadas ontem em coletiva à impressa, na sede da pasta. O diretor de Saúde, alexandre Cardani, explica que nem todas as horas extras pagas sofreram alteração, mas, de acordo com o balanço, elas tiveram aumento progressivo. Em 2012, a pasta gastou R$ 4.582.685; no ano seguinte, R$ 5.016.867,32; em 2014, R$ 9.454.225,93. Neste ano, até maio, foram pagos R$ 4.441.246,72 em hora extra. Caso as supostas irregularidades não fossem descobertas, o secretário municipal de Saúde, Marco Antonio Izzo, afirma que o montante poderia chegar a R$ 10 milhões no final deste ano. Sendo a previsão orçamentária da pasta R$ 79 milhões e R$ 4,2 milhões investidos apenas na gestão da unidade hospitalar. Segundo Izzo, foi detectado que as reclamações sobre a falta de médicos no hospital não procedem. Isto é, as escalas estão completas, mas os profissionais não estariam na unidade durante o horário estabelecido. Izzo afirma que as suspeitas estão todas documentadas e serão apresentadas posteriormente. Hoje, Poá investe R$ 4,2 milhões apenas na gestão da unidade hospitalar. Ao todo, o setor da Saúde conta com 744 funcionários. 315 deles atuam no Guido Guida. Destes 40 médicos trabalham no Pronto Socorro (PS) - sendo 27 clínicos gerais e 11 pediatras - "e possuem os maiores salários". Atualmente, a Prefeitura investe cerca de R$ 1,6 mil por plantão de 12 horas. "Nós temos o melhor salário da região. Por isso não há necessidade de atuarem (médicos) de forma ilícita", completa .
MEDIDAS Izzo afirma ainda que a pasta possui bons funcionários e que a problemática faz parte de uma minoria. Além disso, será feita reorganização no quadro de funcionários do Guido Guida "para fornecer atendimento melhor e adequado à população".
TESTINHA O ex-prefeito Francisco Pereira de Sousa (SDD), o Testinha, foi procurado e disse que desconhece a situação. Afirmou ter protocolado quatro documentos na Prefeitura para ter acesso à lista de contratos feitos no último ano. Segundo ele, as contratações seriam irregulares e realizadas sem necessidade. Testinha ressalta também que a problemática surgiu em decorrência da má gestão da atual administração.