Alto Tietê precisa de mais 634 médicos para atender população
O Alto Tietê tem um déficit de 634 médicos. O ideal, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), seria 1.442 profissionais atuantes na região, isto é, um médico para cada mil habitantes. O DS calculou a deficiência com base nos dados do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Sistema Datasus, do Ministério da Saúde; além de informações divulgadas pelas prefeituras de Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes. De acordo com o Censo do IBGE, o Alto Tietê possui 1.441.760 de habitantes. Em 2007, segundo o Datasus, a região contava com 1.599 profissionais de Medicina. Já de acordo com informações passadas pelas prefeituras de Itaquá, Ferraz e Mogi, o número de médicos nas cidades da região caiu para 808. A Secretaria de Saúde de Ferraz explica que entre as dificuldades na contratação de médicos está a localização e destaca que um profissional que atua por 10 horas semanalmente ganha, em média, R$ 2.780, além de horas extras. Hoje, segundo a pasta, a cidade possui um déficit de 30 médicos. Mas a demanda poderia ser suprida com novos 20 profissionais. Itaquá aponta que o problema de contratação é nacional e destaca a burocracia como um dos empecilhos que provocam a problemática. Isto é, necessidade de concurso público, ao invés de contratação imediata. Atualmente, a cidade conta com 180 profissionais, sendo que as unidades básicas possuem um déficit de 30% e as de Estratégia da Saúde da Família estão com o quadro completo. Segundo Mogi, a cidade possui 170 médicos ligados a administração, além dos que prestam serviços por meio de organizações sociais. Juntos, eles somam 227 profissionais de saúde. Para os médicos que atuam 12 horas, a administração paga R$ 2.906,90 e para os de 20 horas R$ 5.084,43. A Prefeitura destaca que com a construção de novos equipamentos, a cidade deve precisar, futuramente, de novos 50 profissionais de Medicina. A Prefeitura destacou, por meio de nota, que Mogi investiu R$ 797.600,65 por mês nestes profissionais. A Prefeitura de Suzano disse por meio de nota que investe mais de 50% do orçamento municipal em folha de pagamento de servidores. Poá divulgou, também por meio de nota, que o quadro das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) está praticamente completo e aponta dificuldades na contratação de médicos plantonistas. Em média, a administração investe R$ 1.480 por plantão de 12 horas. No geral, todas as administrações destacaram os fatores salarial, falta de vontade de ingressar no Sistema Único de Saúde (SUS) e a distância, como pontos que afastam os profissionais da rede pública. Além disso, apontaram a facilidade em contratar clínicos gerais e a dificuldade em empregar pediatras. As demais prefeituras do Alto Tietê também foram procuradas para enviarem informações sobre o assunto, mas até o fechamento da reportagem não se pronunciaram.