Massacre na Raul Brasil completa 2 anos em meio à pandemia mundial
Tragédia em escola antecedeu período mais sofrível da cidade de Suzano desde sua emancipação
12 MAR 2021 • POR Daniel Marques - de Suzano • 22h37
Há dois anos, a escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, era palco de uma das piores tragédias da história da cidade - Isabela Oliveira/DS
Há dois anos, a escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, era palco de uma das piores tragédias da história da cidade.
Em 13 de março de 2019, Guilherme Taucci Monteiro, na época com 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, invadiram uma das escolas mais tradicionais da cidade e ceifaram a vida de sete pessoas inocentes – cinco delas eram crianças que ali estudavam.
Em março de 2020, um ano após a tragédia, o DS deu reportagem citando o acontecimento como “a pior tragédia da história de Suzano”. Ninguém tinha noção do que estava por vir.
A pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19) tirou muitas vidas e abalou tantas outras. A quarentena no Estado de São Paulo teria que iniciar na terça-feira, 24 de março de 2020, e durar apenas 15 dias. Foi muito além disso.
Mesmo assim, o atentado na escola Raul Brasil está marcado para sempre na vida dos suzanenses, que viram sua cidade nos principais noticiários nacionais e internacionais da pior forma possível.
O ataque
Taucci e Castro tiraram a vida de oito pessoas, sendo sete dentro da escola, e deixaram outras 11 feridas na manhã de 13 de março de 2019. Após o massacre, o mais novo atirou no mais velho e, em seguida, cometeu suicídio. O saldo final foi para dez mortes.
As oito vítimas fatais foram os alunos Caio Oliveira, de 15 anos; Kaio Lucas da Costa Limeira, também de 15; Douglas Murilo Celestino, de 16; Samuel Melquíades Silva de Oliveira, de 16; e Claiton Antônio Ribeiro, de 17 anos de idade.
Além deles, morreram a coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Vieiras Umezo, de 59 anos; a inspetora da escola Eliana Regina Oliveira Xavier, de 38 (as duas dentro da escola), além do tio do atirador Guilherme, Jorge Antônio de Morais, de 51 anos. Ele foi assassinado em uma agência de veículos, pouco antes do massacre acontecer na escola.
Os dois atiradores entraram na escola por volta das 9h40, bem na hora em que os pátios da unidade estavam repletos de crianças e adolescentes que faziam a hora do intervalo. Ambos portavam um revólver calibre 38, uma machadinha, uma besta e coquetéis molotov. Enquanto Taucci atirava nas pessoas, Castro desferia golpes de machadinha nas vítimas já caídas no chão.
O DS foi o primeiro veículo de comunicação a chegar à escola, poucos minutos após o ataque começar. O chamado foi feito instantes após o atentado.