Greve para atendimento do Bom Prato
O Restaurante Bom Prato de Suzano permaneceu fechado ontem devido à greve que foi instaurada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Refeições de Suzano e região. Quem chegava ao local encontrava as portas fechadas com um cartaz "Amanhã, abriremos normal". Os funcionários do local, contratados por uma empresa terceirizada, adotaram a paralisação devido ao não cumprimento dos direitos trabalhistas. Segundo o sindicato, a empresa não está fornecendo cesta básica, vale transporte, convênio médico e nem os equipamentos de proteção individual como luvas de malha de aço e uniformes. Além disso, estão deixando de pagar, pontualmente, o salário dos trabalhadores. O funcionamento do local só será regularizado porque a Associação de Defesa e Valorização da Vida, que gerencia o local e é responsável pela contratação da empresa, se comprometeu a assumir o pagamento dos funcionários e todas as responsabilidades das reivindicações. "Realizaremos o pagamento dos funcionários e com isso o funcionamento poderá voltar ao normal. Depois descontaremos os valores dos repasses que fazemos para a terceirizada", relatou a presidente da associação Maria Lourdes Remesso. Segundo o sindicato, a associação tem até a tarde de sexta-feira para solucionar as pendências. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social não se manifestou sobre o caso. A primeira reunião entre Ministério do Trabalho, sindicato e a empresa terceirizada para falar das irregularidades ocorreu em abril. A carta comunicando sobre a greve e o prazo de 72 horas para que a empresa regularizasse as pendências foi enviada no dia 12 de junho. "Demos um prazo maior do que as 72 horas. Mas quando vemos que não há um acordo, a greve é inevitável. O alvo principal é fazer com que o trabalhador não seja prejudicado", disse o presidente do sindicato Orlando Pinheiro. O Bom Prato de Suzano serve, diariamente, cerca de 300 cafés da manhã e aproximadamente 1,2 mil refeições no almoço. Pessoas que vão ao local ressaltaram a importância dos serviços para a população. "Venho todo dia aqui. A comida é boa e eu só como aqui. Agora terei que ir a algum lugar e comprar um pacote de bolacha para comer. Ainda bem que amanhã já vai estar normal", disse Marcelo Santos. Muitos vão ao local por ser mais próximo ao local onde trabalham. "Estou aqui sempre por volta das 13 horas, que é o horário do meu almoço. Aqui é perto e a comida é boa. Venho com o dinheiro certinho para comer", relatou o manobrista Francis Alves. A ideia foi ressaltada pelo ajudante Francisco de Lima. "Só tenho uma hora de almoço e aqui é mais perto. Estando fechado dificulta pra gente. Agora preciso procurar outro lugar, e o horário vai passando", completou.