Movimentos contra a homofobia repercutem sobre morte de menino
Um possível caso de homofobia em Ferraz de Vasconcelos ganhou repercussão nacional. Isso após a morte de um jovem, de 14 anos, na madrugada de segunda-feira, no Hospital Regional Doutor Osíris Florindo Coelho. Uma das hipóteses levantadas é que ele tenha sido vítima de agressão na última quinta-feira, em uma escola pública da Vila Jamil, por ser filho de um casal homossexual. O sepultamento ocorreu na manhã de ontem. A polícia ainda está investigando o caso. A Secretaria de Estado de Segurança Publica informou que nenhuma hipótese está sendo descartada. O Alto Tietê possui um Fórum da Diversidade Sexual. O antigo coordenador, Gedilson dos Santos, disse que a situação envolvendo a morte do adolescente tem de ser trabalhada com parcimônia. "Tivemos alguns meios de comunicação que no afã de soltar a informação cometeram erros, que podem comprometer até o nosso trabalho de militância", comentou. Santos é militante das causas dos homossexuais em Itaquá, onde casos de agressão e homicídio de travestis já aconteceram. Ele apontou que a morte do adolescente pode ter sido causada por homofobia e que se isso for confirmado, haverá protesto para cobrar atitudes. "Estamos acompanhando o caso. Se tudo for confirmado, ações serão tomadas com certeza". Ele apontou que acredita em um bom encaminhamento nas investigações que estão sendo conduzidas pelo delegado Eduardo Boiguez Queiroz. "Acredito no profissionalismo dele, apresentado já em outras situações similares". Ativista e membro do Fórum LGBT de Mogi das Cruzes, Gustavo Don lembrou que a situação não pode ser encarada de forma pontual, mas que esse caso deve começar a gerar discussões entre as prefeituras do Alto Tietê sobre os direitos dos homossexuais. Ele destaca ainda que, se tratando de uma situação que poderia ter acontecido dentro da escola, o Estado deveria incentivar a capacitação dos professores para casos assim. A Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria de Justiça do Estado de SP também está acompanhando o caso. O DS tentou falar com os pais do garoto por telefone, mas não houve retorno. Escola A direção da escola, em nota, diz que “lamenta profundamente a morte de um de seus alunos, que estudava na unidade desde os 6 anos e que participava ativamente das atividades curriculares extra classe. Todo apoio e solidariedade estão sendo prestados aos familiares e o caso é investigado pela polícia. É importante reiterar que não há registro de violência dentro da escola, que permanece à disposição das autoridades policiais”.