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Lava Jato atribui a Marcelo Odebrecht pagamento de propinas no exterior

3 JUL 2015 • POR • 08h00

A força-tarefa da Operação Lava Jato apresentou ontem à Justiça Federal documentos que, segundo os procuradores da República que investigam o esquema de corrupção na Petrobras, reforçam a necessidade de manutenção da prisão preventiva do empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, e do ex-vice-presidente institucional da Braskem - petroquímica controlada pela Odebrecht em sociedade com a Petrobras , Alexandrino Alencar. Segundo os procuradores, esses documentos indicam a existência de três empresas offshores que teriam sido usadas fora do Brasil para pagamentos de propina. As empresas offshores identificadas são a Intercorp Logistic Ltda, Trident Intertrading LTD e Klienfeld Serviçes Ltda. "(As offshores) eram empregadas por Alexandrino, este seguindo as determinações de Marcelo Odebrecht, para efetuar pagamentos nas contas indicadas por Youssef", registra a petição subscrita pelos procuradores da Lava Jato. "É inafastável a conclusão de que Alexandrino de Salles Ramos de Alencar e Marcelo Bahia Odebrecht devem permanecer com a liberdade cerceado, seja porque possuem plenas condições de interferir na prova, seja pelo fato de se constituírem de executores direto e mediato destas medidas, portanto possuem pleno conhecimento de todas as circunstâncias que as envolvem, bem como pelo fato de que possuem amplas condições materiais e financeiras para tanto". Conexão mônaco A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de ontem a 15ª fase da Operação Lava Jato. O ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada foi preso no Rio de Janeiro. Batizada da Operação Conexão Mônaco, a ação cumpriu três mandados de busca e apreensão no Rio e um em Niterói Zelada foi o único a ter prisão preventiva decretada pela Justiça Federal. Segundo a PF, o foco dessa nova etapa são "crimes de corrupção, fraudes em licitações, desvios de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro". Zelada foi sucessor do ex-diretor Nestor Cerveró - preso desde 14 de janeiro - na diretoria da área Internacional, que era cota do PMDB no esquema de loteamento político na estatal. Ele foi levado para Curitiba, sede das investigações da Lava Jato.