Cidades

Caixa vai pedir reintegração de posse de 24 apartamentos do Jardim Europa

8 JUL 2015 • POR • 08h01

A Caixa Econômica Federal (CEF) vai solicitar à Justiça reintegração de posse de 24 unidades habitacionais do Residencial Topázio, localizado no Jardim Europa. A invasão do local aconteceu na segunda-feira. Os apartamentos foram construídos por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida. Além destes imóveis, a Caixa também vai pedir reintegração de 280 unidades do Conjunto Habitacional Santa Cecília, no Jardim Carla, que foram invadidas no último final de semana. Os dois empreendimento somam 304 imóveis ocupados. " A Caixa Econômica Federal informa que 24 unidades habitacionais do Residencial Topázio foram invadidas e que está providenciando a reintegração de posse dos imóveis. O banco ressalta que, após a retomada das unidades, os imóveis serão vistoriados e direcionados às famílias devidamente selecionadas pela poder público, de acordo com as regras do programa", informou em nota. As ocupações no Topázio começaram à meia-noite. Testemunhas contaram que alguns dos apartamentos já foram entregues aos donos, que ainda não moram no local. Dos 63 blocos, quatro estão tomados pelos ocupantes. Já no Residencial Santa Cecília, as obras estão inacabadas e, segundo os ocupantes, estão paradas há mais de dois anos. Em alguns blocos não há portas e janelas assentadas. A solução encontrada por eles foi improvisar lençóis e cortinas para conter o vento. A ligação de energia elétrica e de água chegou apenas até o poste. A distribuição para os apartamentos está sendo feita de forma improvisada. De acordo com o líder comunitário, Raimundo Erivaldo Sales, conhecido como Índio, no local estão acomodadas cerca de 300 famílias de pelo menos quatro bairros diferentes. Aproximadamente 100 moravam de aluguel e foram despejadas dos imóveis por falta de condições de pagamento. Uma delas é a dona de casa Rosimeire de Souza Gonçalves. Ela morava em uma casa no Recreio Sertãozinho com a mãe e o irmão que é auxiliar de serviços gerais. Sem dinheiro para quitar a dívida e com a ordem de despejo, a desemprega não teve alternativa. "Só meu irmão trabalha, mas não é suficiente para pagar um aluguel mais as despesas com água e luz", contou. As acomodações tiveram que ser adaptadas, já que ela não conseguiu o dinheiro para fazer o carreto das mudanças. "Minha mãe tem reumatismo. Improvisamos essa barraca com um colchão no chão para conseguir se livrar do frio". Os moradores estão se organizando para juntar o valor e contratar a mudança. Em frente ao apartamento dela, Kátia de Souza, desempregada, vive com a filha de dois anos, o sogro e o marido que ganha um salário mínimo, como auxiliar de serviços gerais. "Estou cadastrada há três anos no programa. Não tínhamos condições de pagar um aluguel de R$ 500 e ainda sobrar para comprar comida. Eu gostaria de trabalhar para ajudar, mas não consegui vaga na creche para minha filha".