Cidades

Sala Rosa calcula 30 atendimentos mensais às vítimas de violência

Coordenadora da sala participou do DS Entrevista e fez um balanço das ações

19 MAR 2023 • POR Guynever Maropo - Da Reportagem Local • 14h00
Coordenadora da sala participou do DS Entrevista e fez um balanço das ações - Isabela Oliveira/DS

Pelo menos 30 atendimentos são realizados mensalmente na Sala Rosa, setor implantado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Suzano, pela Comissão da Mulher Advogada (CMA). 

Entre as ocorrências mais recorrentes estão violências psicológica, física e patrimonial, além de ameaças. 
De acordo com a presidente da CMA e também responsável pela coordenação da Sala Rosa, Maria Margarida Mesquita, o número de atendimentos ainda é significativo porque vem crescendo sendo reflexo do pós-pandemia. 
Na semana passada, a presidente participou do programa DS Entrevista e fez um balanço das ações da sala rosa e orientou as mulheres a denunciarem as agressões. 

“A violência psicológica tem uma penalidade maior pela Lei Maria da Penha porque na pandemia cresceu muito. As vítimas conviviam diariamente com o seu agressor que deixam as marcas invisíveis, psicológicas, porque a física é fácil de ser vista”,comenta.

A maioria dos casos atendidos na Sala Rosa é de mulheres que reside nas periferias e têm o poder aquisitivo menor. Segundo Margarida, são poucos os casos de violências domésticas em mulheres de classe média alta. 

“O caso da violência patrimonial vem crescendo também. Muitas mulheres dependem financeiramente do agressor e têm medo de tomar uma atitude, e perder seus direitos. Mas tudo que for adquirido durante o casamento é dividido meio a meio. Vemos a diferença nesses casos porque poucas mulheres da classe média denunciam, têm medo de manchar a imagem”,explica. 

Margarida orienta as mulheres que ao se relacionarem com o parceiro devem se atentar à maneira que eles a tratam quando é questionado. 
"Observar se ele responde com rispidez ou em tom de agressão. Esse é o primeiro passo para evitar que progrida para uma violência psicológica ou física. Porque quando o relacionamento está bom não há motivos para maus tratos. Todo casal precisa trabalhar o dialogo”, disse. 

Sobre a quantidade de feminicídios que ocorre na cidade, Margarida explica que muitas vezes o motivo é a quebra da Medida Protetiva feita pela própria vítima. A MP serve para proteger a vítima do agressor. Ele é proibido de chegar perto, tanto pessoalmente quanto por contato pela internet.

“Muitas mulheres morrem porque é quebrada a medida protetiva. Quando se tem a MP não é para ter nenhum contato com o agressor. Alguns usam a desculpa dos filhos para ter o contato com a vítima que acabam cedendo e ocorre o pior”, comenta.
Toda denúncia de violência doméstica pode ser feita pela Delegacia da Mulher Online ou presencial na DDM de Suzano, que fica localizada na Rua Presidente Nereu Ramos, 302, no Jardim Santa Helena.