A polêmica da velocidade
Há alguns dias que as alterações das velocidades das marginais Pinheiros e Tietê, em São Paulo, vêm provocando debates e discussões. A Prefeitura já admite que pode estudar mudanças, caso os relatórios da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontem que a mudança não trouxe os efeitos esperados. O principal objetivo era diminuir o número de acidentes e, consequentemente, melhorar o fluxo de carros nas vias locais e expressas. A quilometragem na via local era 70 km/h e passou para 50 km/h. Já na expressa, passou de 90 km/h para 70 km/h.
Segundo alguns especialistas, a mudança tomaria somente entre quatro e cinco minutos a mais das pessoas por dia caso a via fosse percorrida, inteira, na velocidade permitida. Mas em uma vida cada vez mais caótica e corrida, este tempo parece desperdiçado para a maioria das pessoas. O Ministério Público Estadual (MPE) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já estão se mobilizando contra a mudança. O prefeito Fernando Haddad (PT) chegou a admitir que a mudança era experimental e, caso não desse resultado, as velocidades poderiam voltar a ser iguais à anteriores. O MPE pede a divulgação de estudos que teriam sido feitos para que a velocidade fosse diminuída. A ideia, posteriormente, era de que houvesse reduções de velocidade em outras vias de São Paulo, como a 23 de Maio. Segundo a CET, no ano passado, foram registradas 1.399 pessoas feridas em acidentes nas duas vias, sendo que 73 morreram. Além disso, 25 pedestres foram atropelados. A alteração da velocidade afeta diretamente a vida de muitas pessoas que moram na região. Isso porque, diariamente, milhares de pessoas das dez cidades do Alto Tietê vão à Capital para trabalhar ou estudar. Para quem percorre o trajeto de cerca de 60 quilômetros até chegar a São Paulo já enfrenta, por muitas vezes, congestionamentos. O importante é que independente do quanto isso vai afetar as pessoas, é que vidas sejam salvas e acidentes diminuam. Se o tempo provar que a redução de velocidade deu certo, é necessário que as alterações sejam debatidas para outras vias da Capital.