Patrimônios culturais: Alto Tietê conta com nove casarões históricos
Cidades atuam para preservar os imóveis, que carregam suas histórias. DS fez um mapeamento das cidades
Pelo menos nove cidades do Alto Tietê contam com casarões históricos. Patrimônios culturais, eles carregam a memória de uma sociedade, bem como a preservação de sua identidade.
Em Suzano, são três casarões existentes. Segundo a Prefeitura de Suzano, os imóveis de alto padrão remontam ao período pré-emancipação do município.
Todos são de propriedade privada e inventariados como patrimônio pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac), como o Casarão da Memória, situado na Avenida Antônio Marques Figueira. Além dele, o município conta com o Casarão Fazenda Santa Helena e o casarão da Fazenda Santa Helena.
Na vizinha Mogi das Cruzes, são dois imóveis históricos: o Casarão do Chá, na Estrada do Chá, no Cocuera; e o Casarão dos Duques, na Rua Doutor Deodato Wertheimer, no Mogi Moderno. De acordo com a administração municipal, os locais recebem diversas ações para preservação e contam com o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes (Comphap).
Ferraz de Vasconcelos conta com o Castelo Vivenda Zenker. O local está passando por reforma e em breve será aberto ao público.
Em Itaquá, o Casarão Itália abrigou famílias tradicionais da cidade. Segundo a prefeitura, uma série de estudos foi elaborada na tentativa de restaurar o espaço. Devido a problemas estruturais, o prédio será demolido.
O mesmo lugar contará com a Casa Abrigo, que será utilizado para acolhimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Por fim, Salesópolis conta com o Casarão do Café e o Casarão Senzala. Santa Isabel, Biritiba Mirim e Guararema informaram que não possuem casarões históricos. As demais cidades não responderam até o fechamento desta reportagem.
Professora de Arquitetura vê preservação refletir como registro de identidade
A professora de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Ana Maria Sandim, afirma que a preservação dos casarões, além de refletir o registro de identidade histórica de uma determinada época, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento sustentável da cidade.
“Promove a harmonia entre o passado e o presente, preservando a identidade local e evitando descaracterização do ambiente urbano”, explica.
Segundo Ana Maria, manter viva a memória destes locais mantém um vínculo afetivo com o local e a história da cidade. Para isso, é necessário documentos, fotos, objetos, registros de como isso ocorreu e representantes da da arquitetura da época, organizando o registro desses fatos.
Além disso, a professora mencionou que há uma preocupação crescente dos municípios da região na elaboração de leis visando a preservação de suas identidades.
“O patrimônio que temos registrados em nossas construções, faz a necessidade de representarmos e preservarmos as riquezas culturais das cidades para sabermos quem somos”, finalizou.