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Alto Tietê aumenta em 8,92% o consumo de energia no primeiro semestre de 2024

Energia excedente seria suficiente para abastecer uma cidade do porte de Mogi das Cruzes por 50 dias; aquisição de equipamentos de refrigeração, ondas de calor e retomada da atividade econômica colaboraram para o aumento do consumo

29 JUL 2024 • POR da Região • 19h30
Alto Tietê aumenta em 8,92% o consumo de energia no primeiro semestre de 2024 - Divulgação

O consumo de energia registrado nas oito cidades do Alto Tietê abastecidas pela EDP, entre janeiro e junho de 2024, foi 8,92% maior do que o do mesmo período do ano passado. Este cenário está em linha com as projeções do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da tendência apresentada pelo mais recente Boletim Trimestral de Consumo de Eletricidade da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No primeiro trimestre de 2024, a região já havia superado o percentual de crescimento nacional.

O aumento regional de consumo no semestre chegou a 199.947 MW/h (Megawatts/hora), energia que daria para abastecer uma cidade do porte de Mogi das Cruzes por 50 dias. Em uma análise individual, metade das cidades atingiu patamares que variaram entre11% e 25%.

No relatório de julho, o ONS informou que a tendência é de que “a demanda de carga volte a apresentar um crescimento, assim como verificado nos (meses) anteriores”. Em junho, a sinalização era de encerrar o primeiro semestre do ano com um comportamento de crescimento.

Para a EPE, a análise do comportamento de consumo demonstrou que o desempenho positivo do setor de comércio e serviços e as altas temperaturas no país estimularam um aumento médio de 7,3% no primeiro trimestre de 2024. De acordo com a pesquisa de abrangência nacional, a classe residencial correspondeu ao maior índice de aumento, de 12,3%. As classes comercial e industrial também tiveram expansão significativa, com 8,4% e 3,8%, respectivamente.

“Entre os clientes residenciais, o aumento do consumo de energia está diretamente relacionado às mudanças de hábito das famílias em períodos de calor intenso, tais como manter aparelhos de ar-condicionado e ventiladores ligados por mais tempo, além do próprio impacto da temperatura que exige mais dos equipamentos de refrigeração para manter a mesma eficiência”, explica o gestor da EDP, Roberto Miranda.

Entenda por que o consumo aumenta 

Com as mudanças climáticas e temperaturas acima da média, a demanda por energia elétrica para climatização e refrigeração também se intensifica. Mesmo sem mudança de hábitos, aparelhos como geladeira, freezer e ar-condicionado consomem mais energia para entregar a mesma eficiência. Em dias muito quentes, o consumo de um refrigerador pode aumentar até 20% a cada 5°C a 10°C acima da temperatura ambiente padrão para a qual o equipamento foi projetado. Esse percentual pode ser ainda maior quando o aparelho é usado diariamente, com abertura de portas, por conta da troca de calor com o meio externo.

Além disso, o aumento do consumo de energia ainda pode variar com base nas condições e características do refrigerador. Esse efeito sazonal indica que, mesmo que uma família mantenha seu comportamento de consumo inalterado, é provável que isso se reflita nas próximas faturas.

O consumo no inverno

Mesmo com o início de um inverno menos rigoroso, é importante ficar atento nesse período ao aumento do consumo dos aparelhos que utilizam a resistência, caso do chuveiro e dos aquecedores. O chuveiro elétrico, por exemplo, pode representar de 25% a 35% do consumo total de uma residência. Em uma família de quatro pessoas, em que cada uma leva 7 a 8 minutos no banho, podemos obter uma média diária de cerca de 30 minutos de uso do chuveiro. Considerando o consumo do equipamento de 5,5 kWh por dia, o consumo de energia só para o equipamento será de cerca de 82 kWh no mês, o que representaria o acréscimo médio na conta de energia de R$ 60,00 (sem considerar impostos e adicionais de bandeira tarifária).

Diante desse cenário, a EDP reforça aos consumidores a importância de adotar medidas para o uso consciente de energia pelos e dá dicas de economia para minimizar o impacto no orçamento: 

 Uso consciente de eletrodomésticos 

Opte por usar máquinas de lavar em sua capacidade máxima. O mesmo vale para o ferro de passar roupa. O ideal é reunir um volume de peças e passar todas de uma vez. 

A geladeira corresponde em média a 30% do consumo total de uma casa. Antes de abrir a geladeira, pense no que precisa e diminua o tempo em que a porta ficará aberta. 

A geladeira deve ficar longe de locais quentes, como fogão ou locais que pegam sol. Ajustar a temperatura interna também pode ajudar a economizar.  

Não seque roupas atrás da geladeira e não guarde alimentos muito quentes. Faça sempre o degelo do aparelho, caso o modelo não seja frost free.

Com relação ao televisor é importante não deixar o aparelho ligado sem ninguém assistindo, assim como outros eletroeletrônicos que devem ser retirados da tomada.

Evite deixar aparelhos em stand-by e desligue-os quando não estiverem em uso.

Com o calor, hábitos de inverno devem ser deixados de lado. O chuveiro deve estar na posição “verão” ou, preferencialmente, com a energia elétrica desligada.

O uso diário de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado é necessário, mas em dias com temperaturas amenas prefira o ventilador. O aparelho de ar-condicionado consome mais energia. Se for usá-lo, coloque-o na temperatura de 23 graus, ou maior, e programe para que desligue automaticamente.

 Aproveitamento da luz natural 

- Mantenha cortinas e persianas abertas durante o dia para aproveitar a luz solar e reduzir a necessidade de iluminação artificial. 

- Sempre que deixar um ambiente, desligue a luz. 

- Opte por equipamentos mais eficientes, como lâmpadas LED e aparelhos classificados como de alta eficiência energética para ajudar a reduzir o consumo e os custos.

Manutenção de Equipamentos e instalação elétrica 

- Assegure-se de que aparelhos e sistemas de climatização estejam em bom estado de funcionamento, realizando manutenções preventivas regularmente.

- Ao adquirir um produto, o ideal é que o consumidor esteja atento às classificações que constam no selo Procel, que varia de A (mais eficiente) a G (menos eficiente). Opte sempre pelo aparelho de consumo A.

- Sempre manter a instalação interna da residência em bom estado de conservação e com as cargas bem dimensionadas nas tomadas para evitar sobreaquecimento da rede e a chamada fuga de corrente, que aumentam o consumo de energia e trazem risco à segurança de todos, com possibilidade de curto-circuito e até de incêndio.

Mais orientações e dicas em https://www.edp.com.br/se-liga-no-consumo/.