Região

Patrimônio histórico de Mogi inspira curta-metragem

Casarão do Carmo é cenário de filme produzido em oficina de cinema realizada no museu

6 NOV 2024 • POR De Mogi • 19h44
Casarão do Carmo é cenário de filme produzido em oficina de cinema - Divulgação

Alunos de uma oficina de cinema realizada no Casarão do Carmo, no Centro de Mogi das Cruzes, produziram um filme de curta-metragem que tem como inspiração o imóvel colonial construído no século XIX. A produção cinematográfica, intitulada Zilá, está na fase de pós-produção e tem estreia marcada para 23 de novembro de 2024, com exibição no Centro Cultural. O curta-metragem é resultado da oficina RacioCINEMA, promovida pela produtora Raciocinando Filmes e financiada com verba da Lei Paulo Gustavo em parceria com a Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes. O curso visa capacitar jovens para o mercado audiovisual e os participantes do curso são responsáveis por todo o projeto, da escrita do roteiro até sua pós-produção. 

Mais do que cenário, o Casarão vai ajudar a contar a história do filme: um thriller de mistério que propõe uma nova lenda urbana para a Cidade. “Nosso maior objetivo é convidar os mogianos a conhecerem e se interessarem mais pela sua história, ainda mais tendo como principal cenário o Casarão do Carmo, que preserva a memória da nossa cidade. Mas queremos fazer isso de maneira lúdica e divertida, assim como a magia do cinema pode nos proporcionar”, explica a produtora executiva do filme e aluna da oficina, Tati Marques.

Segundo o também aluno e diretor da produção, Henry Geraldes, a ideia de utilizar o Casarão como cenário e inspiração surgiu após uma visita guiada realizada durante uma das aulas da oficina, principalmente depois que a funcionária do museu contou algumas das histórias sobre lendas e assombrações do Casarão. “Depois de ouvir as histórias do lugar, ficamos empolgados em contar esse outro lado do museu”, conta Geraldes. No filme, um jovem estudante visita o Casarão do Carmo e se encanta pela simpática guia do museu, mas as coisas se complicam quando a envolvente funcionária revela algo que poderá mudar sua vida para sempre. 

Para o professor da oficina, o cineasta e empresário Nando Rodrigues, dono da produtora que promove o curso, a produção do curta-metragem dará aos alunos uma visão mais ampla do que é produzir cinema, especialmente produções independentes, de baixo orçamento, fazendo com que todos conheçam o trabalho de cada um e entendam que o cinema é feito por mais pessoas além de atores e diretores. “A ideia da Oficina é justamente possibilitar que os alunos aprendam a fazer cinema na prática, com a vivência de um set de filmagens, mas utilizando a criatividade à seu favor, e assim, produzir um curta com muita qualidade, mesmo tendo poucos recursos.” explica o cineasta.

Espaço cultural Localizado no Largo do Carmo, o Casarão sempre foi um espaço cultural importante para a cidade. Construído para ser casa de veraneio do médico Celestino Bourroul e sua família, o local era palco de diversos encontros e saraus. Mais tarde, o imóvel abrigou estabelecimentos comerciais no mínimo inusitados, como funerária, velório municipal e pizzaria. Na década de 1980, a Prefeitura desapropriou o imóvel e o transformou em sede da Biblioteca Municipal e atualmente é um importante polo de cultura para a cidade, como palestras, cursos, oficinas e lançamento de livros, exibições de filmes, apresentações artísticas e encontros culturais.

O Casarão abriga ainda o Museu Mogiano, o mais antigo da Cidade, com uma sala dedicada a um dos maiores historiadores de Mogi das Cruzes, Isaac Grinberg, reunindo diversas peças importantes para a história da Cidade. Entre as peças de maior destaque no acervo, está uma bandeira do Império, bordada com ouro sobre tecido adamascado. Há uma lenda que diz que a comitiva de Dom Pedro I, recém-autoproclamado imperador do Brasil, teria esquecido a imponente bandeira do Império em Mogi das Cruzes, quando passou pela então Vila de Sant’Ana de Mogi Mirim. Porém, essa história não foi ainda confirmada. O que se sabe com certeza é que a bandeira foi criada e instituída em 18 de setembro de 1822, 11 dias após a Proclamação da Independência e oito dias depois da passagem do imperador por Mogi das Cruzes. Seria a bandeira exposta no Casarão do Carmo uma prévia da oficial ou será mesmo apenas uma lenda?

Para conhecer essas e outras histórias, a entrada para o Museu Mogiano e Casarão do Carmo é gratuita. Maiores informações e agendamento de escolas e grupos interessados em visitar o local, ligue para 4725-3448