Polícia

PF cumpre mandados em Itaquá contra grupo suspeito de crimes financeiros de R$ 6 bilhões

Corporação cumpriu um mandado de busca e apreensão e outro de prisão preventiva no município

26 NOV 2024 • POR Thiago Caetano - Da Reportagem Local • 17h00
Agentes da PF cumpriram mandados em Itaquá nesta terça - Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) deflagou, nesta terça-feira (26), a Operação Tai-Pan em diversas localidades, incluindo Itaquaquecetuba. O objetivo é desarticular uma organização criminosa que movimentou cerca de R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, sendo R$ 800 milhões somente em 2024. Em Itaquá, foram cumpridos um mandado de busca e apreensão e outro de prisão preventiva.

No total, cerca de 200 policiais federais dão cumprimento a 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal. Também são cumpridos mandados em:  São Paulo, Cajamar-SP, Campinas-SP, Foz do Iguaçu-PR, Vila Velha-ES, Florianópolis-SC, São José-SC, Feira de Santana-BA, Fortaleza-CE, Brasília-DF e no exterior.

A investigação foi iniciada em 2002 e, segundo a PF, revelou um complexo sistema bancário paralelo e ilegal. Além do Brasil, os demais países envolvidos são:  Estados Unidos, Canadá, Panamá, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Holanda, Inglaterra, Itália, Turquia, Emirados Árabes, além de Hong Kong e China, onde a maior parte do dinheiro era destinada.

De acordo com a corporação, os suspeitos movimentaram cerca de R$ 120 bilhões nos últimos anos. Os alvos são brasileiros e estrangeiros nas mais variadas funções e atividades, entre eles policiais militares e civis, gerentes de bancos e contadores.

“O objetivo era atender a um fluxo constante de dinheiro para a China, mas atendia a qualquer pessoa que quisesse ocultar capitais, lavar dinheiro ou enviar ou receber dinheiro do exterior, havendo indícios de envolvimento de grupos criminosos voltados ao tráfico de drogas, de armas, contrabando, descaminho e outros crimes’, informou a PF.

A Justiça Federal determinou bloqueio de bens e valores em cifra superior R$ 10 bilhões de reais, em mais de 200 pessoas jurídicas. Em alguns endereços, após representação da PF, foi autorizada a participação de servidores da Receita Federal nas buscas para fins de análise fiscal.

Os investigados podem responder pelos crimes organização criminosa, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro), evasão de divisas, entre outros crimes apontados na investigação.