Polícia

Casal de falso 'médium' é condenado a mais de 44 anos de prisão por estupro e outros crimes

PM aposentado fingia ser curandeiro para abusar de jovens da região

13 DEZ 2024 • POR Guynever Maropo da Redação • 14h59
Casal de falso 'médium' é condenado a mais de 44 anos de prisão por estupro e outros crimes - Polícia Civil/Divulgação

A Justiça condenou um casal a mais de 44 anos de prisão por abusar e assediar sexualmente de mulheres que acreditavam em uma "cura espiritual", em Salesópolis.

A sentença foi divulgada nesta quinta-feira (12). O homem é um policial militar aposentado, de 61 anos, que se dizia "médium" e foi condenado a 104 anos de prisão em regime fechado e mais um ano e sete meses no semiaberto. A mulher dele, que o acompanhava nos atos, foi condenada a 44 anos no regime fechado e também um ano e sete meses no semiaberto.

O casal foi responsabilizado por crimes como estupro, violação sexual mediante fraude, curandeirismo e fraude processual. Eles atuavam em um centro religioso em Salesópolis. 

De acordo com o Ministério Público, os acusados cobravam pagamentos em troca da cura para diversas doenças. Os valores repassados pelos frequentadores variavam de R$ 10 a R$ 1,5 mil. 

A denúncia aponta que durante a noite, ao final dos trabalhos, era comum que o homem, sempre na companhia da mulher, selecionasse adolescentes ou jovens do sexo feminino para permanecer no espaço.

As vítimas, então, tinham as roupas retiradas à força e eram obrigadas a manter relações íntimas com o homem. Em muitos casos, os criminosos afirmavam que as práticas eram necessárias para a conquista de uma vida melhor.

CASO 

Em janeiro de 2024, o homem foi preso. Antes disso, o casal destruiu sofás e cadeiras que ficavam no local onde os abusos eram cometidos. A finalidade era atrapalhar a futura investigação. Camisetas vendidas pelo casal foram queimadas para ocultar o vínculo com a atividade criminosa de curandeiros e também influenciar futuras decisões judiciais.

Durante a investigação, a Polícia Civil apreendeu vários celulares, cadernos, velas e até peças de roupa que estavam no local em que ele atuava.