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Sabesp tem até três meses para evitar colapso no Sistema Alto Tietê

18 AGO 2015 • POR • 21h51

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem cerca de três meses para evitar um colapso na captação de água do Sistema Produtor Alto Tietê (Spat). A previsão é do engenheiro, professor, ex-funcionário da Sabesp e integrante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, José Roberto Kachel. Segundo ele, caso o sistema não receba um volume maior de água até novembro, ele ficará impossibilitado de abastecer a região. Com base em dados da Sabesp, hoje é retirado um volume total de 15 m³/s contra 2,76 m³/s que entram. O índice gera déficit de 12,24 m³/s. Em contrapartida, caso a Sabesp conclua as obras de transferência da água do Rio Grande para a Represa de Taiaçupeba no próximo mês, o Spat poderá receber mais 4 m³/s, o que dará sobrevida ao sistema até dezembro, período de chuvas. “Esta é a solução mais imediata, uma vez que as obras dos rios Guaratuba e Guaió foram entregues, mas até o momento não contribuíram efetivamente para o aumento do volume do Spat”, pontua. O professor explica também que os problemas relacionados à seca do Guaió estão interligados ao marketing da companhia que “prometeu o abastecimento constante”. No entanto, o rio vai transferir água ao sistema conforme a vazão afluente provocada pelas chuvas, ou seja, ele possui capacidade para transferir até 1 m³/s (mil litros por segundo) para Taiaçupeba, mas isto conforme o recebimento de água. Apesar da capacidade, a Sabesp informou que só estão sendo retirados 350 litros por segundo do Rio Guaió. Isso porque com o período de seca, o volume de água caiu consideravelmente. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a transposição do Rio Guaió para o Sistema Produtor Alto Tietê (Spat) “está funcionando” embora tenha admitido que neste momento não há água para ser levada à Estação de Tratamento de Água (ETA) de Taiaçupeba.   Foto: Rodrigo Nagafuti/DS