Teatro Artur de Azevedo é reaberto em São Paulo e conta com novidades
Depois de três anos de obras e R$ 7,8 milhões de investimentos, o Teatro Artur de Azevedo, na Mooca (São Paulo), reabriu suas portas ontem. Com uma novidade histórica: o espaço cultural será a sede do Clube do Choro, recriação de grupo que viveu seu auge nos anos 1980, quando reunia centenas de pessoas todas as semanas na Rua João Moura, em Pinheiros. "Estamos unindo dois elementos tradicionais da cultura da cidade: o Teatro Artur de Azevedo e o Clube do Choro", comenta o secretário municipal de Cultura, Nabil Georges Bonduki. "Claro que o teatro continuará sendo multilinguagem, com programação de artes cênicas, música, dança... Mas as rodas de choro, ao menos uma vez por semana, darão a ele uma vida própria." As rodas, abertas a quaisquer músicos do gênero da cidade, devem acontecer todo sábado, a partir das 18 horas. Integram o Clube do Choro cerca de 300 músicos. "Estamos nos organizando para uma série de atividades também de formação, com concertos didáticos a alunos de escolas públicas da região", antecipa o músico Yves Finzetto, um dos chorões. A ideia de que o Artur de Azevedo abrigasse o Clube surgiu no início do ano, em conversa dos músicos com o secretário Bonduki e o prefeito Fernando Haddad (PT). "São Paulo tem a maior cena de choro do Brasil e não contava com um clube do gênero", justifica Finzetto. "Produzimos um choro contemporâneo, mas sem tirar o pé da tradição." Artur de Azevedo Inaugurado em 1952, o Teatro Artur de Azevedo tem projeto original do arquiteto Roberto Tibau (1924-2003) e é tombado pelo Conpresp, o órgão municipal de proteção ao patrimônio, como exemplo de arquitetura modernista. A reforma foi feita com projeto da arquiteta Silvana Santopaolo, do Gerenciamento Técnico de Obras da Secretaria de Cultura. O espaço do lugar continua a ter capacidade para 349 lugares. Com a reabertura, o local também passa a incorporar os termos "municipal" e "Mooca", oficialmente, ao nome, tornando-se Teatro Municipal da Mooca Artur de Azevedo. "Aos poucos, queremos fazer o mesmo com os demais equipamentos culturais", adianta Bonduki. "Acreditamos que ficará mais fácil para o cidadão caracterizar melhor a rede do que é público e por bairro."