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Tombini: governo está reancorando expectativas em relação à inflação

6 SET 2015 • POR • 08h00

 O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse ontem que o governo está reancorando as expectativas em relação à inflação no Brasil a despeito dos preços administrados e do atual patamar do dólar. Ao fazer comentários na Turquia, ele comentou ainda sobre o ajuste fiscal no País. Segundo ele, apesar de trazer custos, benefícios serão colhidos depois. "Estamos reancorando as expectativas para a inflação. Ajustes têm efeitos visíveis no campo externo, monetário e fiscal. O ajuste macroeconômico apresenta custos na frente e benefícios depois", destacou ele, durante conversa com jornalistas, ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. No contexto dos ajustes, Tombini ressaltou a contribuição positiva das exportações líquidas ao déficit em conta corrente, o que não ocorria desde 2005. De acordo com ele, com isso, o saldo negativo em conta corrente neste ano deverá ser no mínimo 20% menor do que o visto em 2014. "Em agosto entraram, líquidos, US$ 2,6 bilhões. Acumulamos mais de US$ 10,5 bilhões de entradas líquidas no balanço pagamentos de janeiro a agosto", destacou Tombini. Tombini destacou que ainda faltam 12 anos para ele se aposentar. Ao ser questionado por jornalistas sobre sua permanência no governo, respondeu: "Faltam doze anos para me aposentar, se isso é perto..." Ao longo da semana, circularam rumores sobre a possibilidade de Tombini deixar o governo até o final deste ano, o que foi negado pelo próprio presidente do BC. Também se comentou sobre uma eventual perda do seu status de ministro na reforma administrativa em elaboração pelo Ministério do Planejamento. Mais cedo ontem, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, classificou como especulativo o debate em torno da perda de status de ministro do presidente do Banco Central. Ele assegurou que a presidente Dilma Rousseff (PT) jamais se posicionou em relação à mudança no status de ministro do BC. "Quem decide a criação ou extinção de ministério é a presidente. Ela jamais se posicionou. Todo esse debate é especulativo", afirmou ele. Segundo apurou a reportagem, não haverá mudança de status no BC na reforma administrativa em elaboração pelo Planejamento. Tombini participou ontem do último dia da reunião de ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países integrantes do G-20.