Em busca de alternativas para equilibrar as contas das prefeituras, manter em dia os pagamentos e dar continuidade aos serviços básicos ofertados à população, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apoia a redução dos salários de prefeitos e vices, inclusive para as cidades da região. Em outras regiões do Estado, isso já vem acontecendo. Desde 1º de setembro, o salário do prefeito de Ubatuba, Maurício Moromizato (PT), está 10% menor. Ele, que recebia R$ 15 mil por mês, passa a ganhar R$ 13,5 mil, e seu vice, que ganhava R$ 9 mil, agora recebe R$ 7,65 mil. A economia na folha será de R$ 450 mil por mês, considerando também o corte nos salários de 161 funcionários comissionados. "Antes de fazer outros ajustes, estamos cortando na própria carne", disse o prefeito. O Estado de São Paulo aderiu a um movimento iniciado no Paraná em que prefeitos baixam os próprios salários para, com o exemplo, realizar cortes em outros setores e enfrentar a crise. Não há levantamento oficial, mas a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estima que mais de 150 prefeitos já reduziram os próprios salários. "Há um apelo da sociedade pela redução do gasto público e os prefeitos querem dar o exemplo, mas é apenas um gesto político", diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Para ele, a crise é causada pelo excesso de custos e encargos repassados pela União aos municípios. O prefeito de Santa Rita de Passa Quatro (SP), Leandro Luciano dos Santos (PSDB) diz que vai economizar R$ 500 mil por mês com o corte de 17,8% no próprio salário e dos funcionários em cargos de confiança, em viagens e horas extras. Jorge Duran (PDT), de Presidente Venceslau, aplicou redução de 15% em seu salário, de R$ 15 mil, e no do vice, de R$ 4,5 mil. Exemplos Em outros Estados, a redução de salários varia de 10% a 50% e vale por períodos de três meses a um ano. Em Campina Grande (PB), o prefeito Romero Rodrigues, do PSDB, aceitou reduzir o salário de R$ 20 mil para R$ 12 mil, um corte de 40%, que também atingiu o vice-prefeito. Funcionários comissionados tiveram redução de 20% nos ganhos. No Rio Grande do Norte, o prefeito de Parelhas, Francisco Assis Medeiros (PT), tirou R$ 1 mil do seu salário de R$ 11,5 mil. O salário do prefeito de Florianópolis (SC), César Sousa Júnior, do PSD, foi reduzido em 30% - de R$ 22,7 para R$ 15,9 mil mensais - e dos secretários, em 10% - de R$ 14,4 para R$ 13 mil por mês. Na Bahia, houve redução em Camaçari, Mundo Novo e Valente. No Rio, os prefeitos de Barra Mansa, Nilópolis, Macaé e Seropédica fizeram cortes de até 20% na remuneração. A onda de redução teve início em julho em Santo Antônio da Platina, no Paraná.