São Paulo é a casa de 12 milhões de pessoas, segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021. Com habitantes de mais de 70 nacionalidades diferentes, a cidade é um dos lugares mais diversificados do Brasil. É a cidade das arranhas céus e bairros chiques e badalados, mas também de territórios pobres e degradados.
A industrialização e a modernização, com o tempo, foram mudando a cara da cidade mais cosmopolita da América do Sul.
Uma das mudanças foi a verticalização registrada a partir dos anos 1940. A partir do final dos anos 1950 e início dos anos 1960, o grande fluxo migratório de vários Estados do país, permitiu a expansão da periferia e com essa expansão a cidade conheceu a desigualdade social. Segundo o Mapa da Desigualdade de 2022, pela Rede Nossa São Paulo, cerca de 9,4% da população da cidade de São Paulo vive em favelas. O percentual chega a 32,7% no distrito da Vila Andrade, zona sul paulistana, e a 25,1% na Brasilândia, na zona norte. Entre os 96 distritos que compõe a capital paulista, apenas dez não têm famílias morando em assentamentos informais, sem infraestrutura e segurança jurídica.
Na periferia, as marcas da violência estão presentes em cada beco e vielas. A criminalidade anda lado a lado das poucas oportunidades de emprego e influenciam diretamente as pessoas menos favorecidas., e reflete o cotidiano vivido especialmente pelos moradores das periferias.
De Quebrada em Quebrada
Avenida Paulista, 2.439. No alto do luxuoso prédio da icônica avenida com metro quadrado mais caro de São Paulo fica o Coworking Eureka. Foi lá que o Instituto Recomeçar, através do seu fundador Leonardo Precioso, lançou o projeto “De Quebrada em Quebrada – Desenvolvendo Gente”, ação que mira a formação técnica de líderes sociais e os credenciem trabalhar na prospecção e atendimento de egressos e egressas do sistema carcerário.
O encontro reuniu lideranças sociais, egressos e gestores de áreas distintas serviço público.
A formação será dada por vários meios, entre os quais pela plataforma de Educação, do Instituto Recomeçar, complementada por mentorias dadas pelo time de técnicos que trabalham no Recomeçar, que estudam e lidam diariamente com a causa.
Técnicos que carregam na bagagem conhecimentos baseados, sobretudo, na escuta e percepção.
A partir dessa técnica empírica, eles traçam estratégias que contribuem no reposicionamento social do ex-detento e detenta.
O objetivo final é a conquista de vagas de emprego e a reconstrução de suas vidas, famílias e dignidades.
O Instituto Recomeçar foi fundado em 2015 e atua com time multidisciplinar formado por profissionais nas áreas da Comunicação, psicossocial, educação e administrativo. Centenas de egressos já passaram pelo atendimento e, recolocadas no mercado de trabalho.
Segundo Leonardo Precioso, a meta do Projeto De Quebrada em Quebrada – Desenvolvendo Gente é formar e capacitar 200 líderes em todo o Brasil.
O ponto de partida, claro, é a cidade de São Paulo, centro das oportunidades e desigualdades do país.