Todas as gestantes atendidas via Sistema Único de Saúde (SUS), na Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, dispõem de um novo serviço gratuito. Trata-se do Programa Visita à Maternidade, desenvolvido para levar informações sobre todo o processo de assistência, desde a primeira consulta até o pós-parto, e tirar dúvidas das pacientes. Para participar, basta estar com, no mínimo, 28 semanas de gestação e fazer o agendamento pelo WhatsApp 11-94136-8103.
“Este programa oferece às gestantes o conhecimento de todos os passos até o nascimento do bebê. Elas aprendem sobre seus direitos e deveres e têm todas as suas dúvidas eliminadas. É fundamental que, no momento do parto, estejam perfeitamente orientadas e plenamente acolhidas para se sentirem seguras”, detalha a enfermeira Marcela Machado de Santis, gerente de Enfermagem da Maternidade do hospital, ao destacar que “a iniciativa amplia a segurança da mãezinha e evita a ansiedade, porque ela passa a entender tudo o que terá aqui com a gente, na Santa Casa”.
Segundo a profissional, o total acesso às informações “é essencial para tranquilizar as pacientes, muitas delas gestando seu primeiro filho”. Marcela explica que o fluxo hospitalar é mostrado em detalhes para que a paciente conheça as etapas de cada área, desde que abre sua ficha no Pronto-Socorro (PS) para atendimento em Ginecologia e Obstetrícia.
As participantes do Programa conhecem o Centro Obstétrico (CO) e o intervalo de espera dentro da Sala de Recuperação Pós-Anestésica (RPA), informações importantes para quem terá o bebê por cesariana. Elas também visitarão as instalações da Maternidade. Marcela ainda fala do tempo de permanência e do processo de alta. As alas de Pré, Parto e Pós-Parto (PPP) concentram a maior parte das atenções. A enfermeira evidencia que a realização dos partos está a cargo de obstetras.
Durante o roteiro, as visitantes saberão tudo sobre o parto natural, aquele que não é induzido e nem utiliza medicação, porque respeita o tempo do corpo para a concepção. A gerente conta que apresenta a equipe da Maternidade, que inclui enfermeiras obstetras 100% capacitadas para cuidar da gestante, da puérpera e do recém-nascido. Muitas pacientes têm dúvidas se são obrigadas a dar à luz deitadas na cama obstétrica. “Esclarecemos que elas podem escolher a modalidade, a posição em que se sentem mais confortáveis: no banho, sentada, em pé, de cócoras ou até no chão (o que exige providências extras para esterilização da área). É o momento da gestante e não o nosso! Portanto, ela decide”, resume a gerente.
Toda gestante tem direito a um acompanhante no pré-parto, durante o parto e pós-parto, dentro do SUS. Outra orientação importante envolve a opção por ter ou não uma doula. Em caso afirmativo, há um trâmite para autorização da doula que pode acompanhar a gestante da recepção até duas horas após o nascimento do bebê. “A doula é habilitada para dar apoio, fazer massagens e outros procedimentos”, diz Marcela esclarecendo que a profissional precisa ser certificada pelo Ministério da Educação (MEC).
Ao longo da jornada na Santa Casa, as gestantes aprenderão até como montar uma bagagem eficiente para vir ao hospital, incluindo uma troca de roupa para o recém-nascido. Outra dúvida muito comum também é desfeita: não há diferenciação de atendimento para paciente SUS e particular. O que varia é a acomodação pós-parto onde quem tem assistência particular fica em apartamento privativo e não em alojamento coletivo.
De acordo com Marcela, as gestantes recebem informações essenciais para garantir uma gravidez tranquila. Elas são orientadas a frequentar, semanalmente, o PS, para atendimento em Ginecologia e Obstetrícia, a partir da 36ª semana de gestação. Nessa fase, é realizado o cardiotocografia (exame não invasivo que avalia o bem-estar do feto, registrando a frequência cardíaca e as contrações uterinas). A partir da 38ª semana, a recomendação é a gestante vir duas vezes por semana para assegurar o acompanhamento muito mais de perto. “Monitoramos a gestação também nos momentos finais para que tudo corra sem surpresas desagradáveis”.
Alta receptividade
O Programa Visita à Maternidade era exclusivo para gestantes de alto risco, atendidas pelo Mãe Mogiana, iniciativa da Prefeitura de Mogi das Cruzes. “Por ser uma ação muito bem recebida pelas pacientes, a Santa Casa decidiu beneficiar todas as gestantes”, explica a gerente de Enfermagem da Maternidade. A ação do hospital faz parte da Rede Alyne, um movimento do Governo Federal que visa reduzir a mortalidade materna e infantil, e ampliar o acesso a serviços de saúde de qualidade.
Única maternidade pública de Mogi das Cruzes e referência em alto risco, a Santa Casa de Mogi ganhará quatro novas acomodações na UTI Neonatal, ampliando sua capacidade total de 188 para 192 leitos. São dez leitos de UTI Neonatal (nove deles para atender SUS). Os pacientes já usufruem de três novos leitos PPP (pré, parto e pós-parto), assim como de dois outros da modalidade Canguru (em que a mãe tem o conforto de repousar ao lado do seu bebê). O hospital realiza cerca de 350 partos a cada mês. Cerca de 85% dos atendimentos feitos pela filantrópica são de pacientes da saúde pública. Seis em cada dez internações hospitalares da Cidade são feitas pela Santa Casa, uma instituição privada e sem fins lucrativos, que presta serviços a entes públicos, atendendo pacientes do Alto Tietê.